Pneus de borracha, desejo e dor de cabeça.

Porsche 944 1:24 Italeri

Olá, dia 1 de janeiro de 2013. Todos ainda no 'estaleiro'... após dias de abuso dos bons prazeres da carne: comida, bebida, descanso! Ainda que o estado letárgico se deva mais a comida e a bebida!

Bem, por aqui, não houve férias ou licença. Este que vos escreve esteve na labuta até as 21:30 do dia 31, com as mãos em um projeto que abre mais o leque de atuação da alfa, agora de maneira sistemática. Em que antes, esse novo 'braço' ocorria de forma menos paulatina. Mas, para começar o ano sem tanto 'afoitismo' eu trago um plastimodelo da marca Italeri que montei há alguns anos, mas que ainda tem alguns detalhes por fazer.

 Trata-se de um Porsche 944. A cor azul metálico utilizado era a cor do Gol GTI. Esse azul, com flips muito bonitos na sua pigmentação metálica, confere,mesmo em escala (sim, porque reduzimos a escala do modelo mas não a das particulas da tinta) um bonito acabamento sem perder a veracidade.

Para o interior monocromático, um tom entre o sobrio e o esportivo. Um cinza quase gelo. Comum para aplicação de tapeçaria em couro. Na tampão traseiro e no assoalho foram aplicados 'carpetes', também cinza.

As decais desse kit são um caso a parte. Os logos da marca, para serem aplicados no capô e também nas pequenas calotinhas das rodas, são de boa impressão. Mas o destaque fica para as decais do painel de instrumentos, que infelizmente é preciso certa ginástica para poder conferir. O fato da miniatura ter seus vidros fechados contribui para essa dificuldade.

 Os carros de nova geração são muito compactos quanto a disposição de seus componentes mecânicos. Algo comum hoje, iniciou-se nos anos 80 com os esportivos e carros top de linha de marcas como mercedes, bmw e audi. Assim, ao abrir o capô de uma miniatura...parece um brinquedo. Mas assim também é o carro real! Abram o capô de um mercedes, de um audi hoje e observem se veem algum fio, cabo, mangueira... tudo esta devidamente alocado de forma quase plástica, e com muito plastico também, em caixas, conduítes e tal. No caso deste modelo que tem o chassi com o estampo da parte inferior do motor, a coisa é um pouquinho pior, mas, é por isso até que ainda não o finalizei. Quando da época da montagem, a internet não existia. Fotos, apenas em livros importados específicos do modelo. Em coletâneas nada! E mais difícil ainda é encontrar esportivos em livros de coletânea. O preço de um livro importado, devido a impostos que duplicam seu preço final, tornar quase inviável ter um ou mais, se for o caso, livros de cada modelo de carro que vamos montar.

 No caso da avião militar por exemplo, uma empresa que atua para o modelismo, produz exemplares de finos livretos com uma série de imagens reunidas exclusivamente para este fim, chamados de Walk Around Action.
Recentemente comecei a garimpar fotos na web, tal como fiz com o Jaguar E-type (que encontrei coisas fantásticas) para dar um tratamento mais decente no motor desta miniatura.
Outro fato é a diversidade de alguns conjuntos de peças, como o coletor de admissão, que tem formatos variados. Mas chegarei em uma composição razoavel.

 Devido ao tempo, o ir para lá e para cá... os frágeis espelhos retrovisores desapareceram! (ou devem estar seguramente guardados em alguma caixa...que não sei mais qual). O mesmo para os limpadores do parabrisa e do vidro traseiro.

 As lanternas, foram tratadas com tinta de vitral. Tintas clear proprias para o modelismo eram artigos de alto luxo na época, e quando encontrávamos. Os kits da marca Italeri são de uma montagem satisfatória, em comparação com os japoneses, como Tamyia e Hasegawa. Esses no entanto possuem um encaixe de altissima precisão, sem rebarbas em que quase não se notam a emenda. Já os Italeri, tal como de outros fabricantes americanos e europeus, não é raro ter peças com falha na injeção e ou seu encaixe não serem tão precisos evidenciando demasiadamente a emenda, necessitando de dose extra para acabamento.

 Nesses primordios, não me atentava tanto para anular algumas emendas...e outras vezes usava-as como parte da miniatura, como por exempolo a emenda da caixa de cambio, em que a peça real é comumente uma peça fundida em molde de areia perdida, e com usinagem nivel 1 do lado externo.
Na vista inferior do Porsche, note o posiconamento incomum da caixa de cambio. O motor dianteiro e a caixa na traseira. Sabem porque, não?

 A qualidade do estampo, já de matrizes atuais, é muito boa e a elaboração do conjunto apresenta resulados muito realistas.

 O grande 'Calcanhar de Aquíles' da Italeri são os pneus de borracha. Item principal deste artigo. Em primeira ordem, destaca-se o padrão do desenho dos pneus que é um genêrico em que denota muito contra ao realismo. O outro ponto, pior ainda, diz respeito a estabilidade do material usado.

 A borracha, material orgânico, possui vida util. Uma coqueluche para os colecionadores (e não sei o porquê disso) porque deva representar uma peça com mais realismo e tal, passado um período irá se tornar uma verdadeira dor de cabeça.

 É o meu caso com relação a essa miniatura. Vejam o que aconteceu com um dos pneus.
Em um outro kit do mesmo fabricante, o pneu 'apenas' rachou, mas neste, a borracha está se desfazendo.

 É encostar o dedo...e a pele fica engordurada, fiapos começam a desprender-se... é de doer!

 Agora, irei fazer uma cópia de um conjunto roda e pneu, e aplicar quatro copias na miniatura.

 É um pessimo detalhe, mas a miniatura vale a pena, pois tem ótimas linhas e depois de montado o modelo fica bem aprumado na base, quanto a sua altura. Para os apreciadores dos carros da marca, este é um modelo que sem dúvida não pode faltar, assim como o 928. Esse, recentemente comprei uma peça 1:64 ainda da lesley, em que fiz uma restauração sem mexer na pintura original que ficou muito bom. Trarei fotos.

Até a próxima matéria, com imagens de novo produto que a alfa está trazendo para atingir colecionadores de outras categorias.