Opala de Luxo 1974 - JULIO Design 1:64

em sexta-feira, 23 de maio de 2014

DOCE COM SABOR AMARGO

Apresentação de mais um modelo assinado pela marca JULIO Design, em que foi finalizado tendo como referencia o carro real do cliente, apresentado na proxima imagem. 
Esta é mais uma variação da longa vida da família Opala. O modelo Luxo de 1974.


O titulo dessa matéria deve-se ao fato de que o ano de 1974 foi um ano um tanto amargo para a industria automobilistica brasileira, que sentiu o reflexo da derrota de nossa seleção brasileira, composta de excelentes jogadores, sem duvida os melhores do mundo naquele quadrienio, mas que, porém, sucumbiu antes do final da competição. Vale lembrar que haviamos ganho o Tetra, e com ele a Jules Rimet, quatro anos antes, 1970, e por isso o espirito esperançoso, somado a alta qualidade tecnica do elenco, agariou uma grande descepção. Tal descepção acabou por se reverter na linha de montagem das montadoras brasileiras, gerando um razoavel lote de veículos 'problematicos', em que, perdurou por muito tempo um ano que quando observado no documento do veículo lhe conferia um percentual de desvalorização. Tal movimento era de ordem totalmente popular, causada pelo boca-a-boca que fermentava o meio.
De fato, o que apenas parecia ser um boato, foi se constatando com o passar do tempo. Inclusive na questão de banho de chapa, em que, os 74' pareciam ser mais sujeitos a corrosão do que a outros anos de fabricação. Os anos passaram, e o tempo acabou por dispersar isso que era muito mais do que uma superstição.
Outro ingrediente que culminou nesse ano foi a questão da crise mundial de petroleo. No ano seguinte viriamos a sofrer inclusive uma especie de racionamento de combustivel destinado à competições e seguiu-se assim por um período. Os postos de gasolina, em um grande raio a partir das cidades, deveriam permanecer fechado por todo o final de semana, numa lei nacional. Essa questão levou a medidas de elaboração de novas concepções de motor, potencia, economia...e a GM por exemplo, ampliou sua opção esportiva do opala para uma mais mansa e com menor consumo, oferecendo assim, alem do motor de 6 cilindros, agora um motor de 4 cilindros para o opala SS.
A Doçura fica por conta da produção criativa. A ford estava forte com maverick e corcel, a Chrysler ficava na alça de mira por seu modelo top ser um V8 potente...e que então sugeria consumo alto...o que a levou a produzir um modelo menor, o Dodginho 1800. Os modelos em geral, de todas montadoras, ampliaram sua gama de versões, medidas entre outras, para driblar o fantasma da falta de petroleo e ao mesmo tempo explorar as marcas que agora ja estavam se solidificando e então podendo serem exploradas sem medo de inferir no gosto do consumidor e queimar o produto. A GM que começara a familia opala apenas com a versão sedan, com duas variações basicas, a comum e a 'de luxo' sendo, 2 motores disponiveis: 2500 e 3800 (4 e 6 cilindros respectivamente), agora ja estava com sedan e cupe, disponibilizando os acabamentos: Especial (standart), Luxo (intermediario da linha) e Gran-luxo (top de linha), SS 6 e SS4 (esportivos, assim determinados conforme sua motorização).
A gama de cores era atraente assim como a padronagem de tapeçaria. A Ford não agia diferente, assim como a Chrysler com o Dart, SE, Charger, Charger RT...

Este Opala é um lindo modelo dessa geração descrita, em tom metálico, uma novidade muito explorada pela GM, que teve durante toda a vida do opala, um total de 115 cores.

A miniatura desenvolvida totalmente pela JULIO, e ao contrario do que se pensa inicialmente, não se trata de uma Custom sobre uma base Hot Wheels. A matriz é de desenho proprio da JULIO, buscando fidelidade nas linhas de paineis e secção do opala.

Fixação das molduras dos farois.
...e grade.

Comparativo dos bancos: altos e encosto baixo, caracteristico
dos anos 70.

Visão do painel, ainda sem o volante. A medida
total interna é algo como 24mm.

Vista do interior montado.

Fixação dos vidros. Esta é uma das etapas
que confere certa 'lentidão' na linha de montagem.
Os vidros das miniaturas JULIO são montados
um a um e não são em vacuum forming
para que não percam a transparencia e/ou 
tenham deformidades que conferem um aspecto grosseiro
a uma miniatura de tamanho tão reduzido, em que decimos de milimetros
acabam por desfigurar totalmente o modelo.
O dificil trabalho artesanal ja exige tamanha atenção
para que o conjunto final mantenha-se harmonioso.

visão traseira. O painel traseiro do Opala
ganhara em 1973 as lanternas de Ré
alinhadas às luzes de freio/seta.

A grade do modelo de luxo possuia um desenho caracteristico.
Neste miniatura, seguiu-se a grade apresentada pelas fotos
do modelo real, em que esta com uma grade de desenho
similar ao modelo Especial e também SS4.

Os frisos bordeando a caixa de rodas, linha inferior,
e calhas laterais, foram pintados.



Irmãos decanos. Modelo 80 ao lado de um 74.
Na proxima materia, o SS 80.

Visão frontal evidenciando a gravatinha.
simbolo da chevrolet.


Especialmente, conforme solicitado, a miniatura foi
montada sobre um Case composto por display
fotografico com fotos do carro real
e o seu proprietário.




Ao verso do Case, mais uma foto do carro real.









4 comentários:

  1. Respostas
    1. Ola Evandro, mais uma vez, muitíssimo obrigado pelo comentário. Acho que finalmente venci um dos dois problemas com as decais (vou depois lhe falar por email, pois foi tabalho árduo e custoso para ser disponibilizado gratuitamente). Assim, estou dando prosseguimento aos trabalhos que combinamos, e tenho certeza que vai ficar apaixonado quando receber. Lembrando,...tu fostes, creio, meu primeiro cliente JULIO de fato.

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  2. Eu cheguei a fazer algumas vendas por aqui, mas nao estava certo com a marca...e mesmo depois de estabelece-lá, foram, digamos, laboratório. Quando voce recebeu a mini, havia consolidado a idéia da JULIO, do logo, e tal...entao, eu o tenho realmente como o primeiro cliente JULIO, ate porque, o opala, por exemplo, foi a primeira peça pre producao, e pode agora comparar e ver como houve evolução. Isso eh muito bacana...ate porque, eu queria ter ficado com as primeiras peças, mas...somente uma fiquei, com o SS 75 e um maverick mercantil. Ah, simm RT 71... Acho que lembra...eu estava em belem, e havíamos falado por telefone...faz teeeeeempo. Grande abraço, amigo.

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  3. Grande Júlio! Bah, as minis em questão são as minhas jóias e estão entre as minhas favoritas. Sabes o quanto admiro teu trabalho e persistência - afinal, não é fácil fazer automóvel escala 1/1 nacional, quem dirá 1/64...
    Sucesso e mantemos contato. E não esquece meu pacote ehehe

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